segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Não aumentaram o volume dos meus AASIs

Você conhece essa tabela? Se não, seria muuuito interessante conhecer, principalmente se tem contato com deficientes auditivos. Como já expliquei num vídeo no youtube (disponível apenas para computador - https://www.youtube.com/watch?v=KpHN8u-FX0U), a surdez não é só ouvir baixinho, mas ouvir meio embaralhado, com várias lacunas na fala. (Tipo especto de Fraunhofer - mas isso deixo pro seriado Cosmos hahaComo se fosse uma ligação de telefone com interferência,  por quê? Em certas frequências, eu consigo ouvir a partir dos 40 dB, e em outras, só a partir de 60 dB, 55 dB. Observem como os sons da fala estão acima da minha linha de audição, que na média, é a partir dos 50dB.
Frequências baixas: sons graves, "grossos" e frequências altas: sons agudos, "fininhos".

Essa semana minha fonoaudióloga me contou que eles não aumentam todas as frequências pra quem passou tanto tempo sem ouvir,  aumentam só nas frequências da fala para poupar nossa mente de barulhos "desnecessários". Porém se o paciente quiser, eles aumentam em todas - por mim, não, obrigada haha. Já sobre os meus nervos auditivos distorcerem os sons ao enviar para o cérebro ela não soube opinar porque isso quem me disse foi o médico otorrino, e tenho que fazer ressonância para ver se estão atrofiados mesmo, ou se há outro problema.

Contei à ela que consegui diferenciar alguns números e ouvir certas consoantes, mas que o meu entendimento de televisão, rádio e até os trailers dublados que vi no cinema ainda não tinha melhorado, então ela decidiu que não iria aumentar o volume dos aparelhos porque eu já deveria estar entendendo os sons e me encaminhou para a terapia auditiva. 

Sabe quando a gente tenta acreditar que algo vai dar certo, mas no fundo a gente sabe que vai dar errado? Foi exatamente assim, eu queria acreditar que com aparelhos auditivos entenderia tudo, mas sinceramente já sabia que não iria. (Até porque já tentei várias vezes aumentar o volume da TV, e mesmo assim não adiantou) 

Agora vou fazer a terapia pela UFSC (mas jamais largarei meu IFSC hahaha), e pode ser que realmente demore anos até conseguir diferenciar o "V" de "B" ou conseguir ouvir  "DR" em "dra, dre, dro", "CH", "R" e "S" no início de frases, entre outros, sem leitura labial. Se quando somos bebês, abertos a aprender de tudo, demoramos pra reconhecer os sons, imaginem depois de adultos. Também preciso aprender a falar corretamente aqueles fonemas que até hoje evito ao máximo porque me enrolo e o som não sai direito - por mais que na minha mente eu esteja falando certo. Isso me faz chamar as pessoas por apelidos ou sobrenomes só pra não ter que falar aquelas sílabas que tenho dificuldade, e sempre acho substitutos pra quase todas essas palavras que evito hehehe

É desanimador? Um pouquinho só. Mas toda longa jornada começa com um passo. E assim como a escola, faculdade, tudo que pensamos que irá demorar muito, passa rapidinho, a terapia também vai passar. 

Esses textos não são "mares de lamentos", mas são para que ouvintes tentem entender que surdez não é algo simples, e que surdos e D.A.s saibam que não estamos sozinhos.

Só espero que essa ansiedade toda acabe logo, hehe 

Bom dia =)

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